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Advogado condenado a 12 anos recebeu ligação telefônica sobre dia do julgamento



Despacho da Justiça em Fernandópolis indentificou que o advogado Edilberto Donizete Pinato, condenado a 12 anos por matar um engenheiro, foi comunicado por telefone por um oficial de justiça para certificar-se sobre a instalação do Tribunal do Juri contra ele. " Foi ao nº 1726, edifício Marajó, 5ª andar, centro, nesta cidade, mas na ocasião ali não encontrei o réu Edilberto Donizeti Pinato, sendo informado pela secretária Srta. Bárbara que o mesmo estava em viagem de trabalho para a cidade de São Paulo, fornecendo o numero de seu telefone celular (17 - 99736-7979), através do qual, às 10:18 horas, entrei em contato com o réu, cientificando-o do inteiro teor do presente mandado, tendo este declarado pela referida ligação telefônica que estava em viagem na cidade de São Paulo-SP, mas que já estava ciente da data, horário e local designados para a realização da audiência do Tribunal do Júri respectiva, e que na sexta-feira próxima (21/09), estaria nesta cidade para receber pessoalmente a intimação. Certifico mais que, nesta data (21/09), após novo contato telefônico, dirigi-me até a Rua Américo Messias dos Santos, nº 290, centro, nesta cidade, onde, precisamente às 10:27 horas, intimei pessoalmente o réu , do inteiro teor do presente mandado, cuja leitura lhe fiz, ficando este de tudo muito bem ciente, recebeu contrafé e exarou nota de ciente e data no mandado.", escreveu o oficial de justiça. O Tribunal do Júri de Fernandópolis condenou, nesta segunda-feira (24/9), o advogado Edilberto Donizeti Pinato a 12 anos de prisão por homicídio. Ele saiu preso do julgamento. O caso ocorreu há 16 anos e, à época, teve muita repercussão na cidade. Os jurados decidiram que ele agiu de forma premeditada, uma vez que viajou 30 quilômetros até a cidade de Jales na tentativa de encontrar o engenheiro José Carlos de Lemos. Como não o localizou, viajou de volta mais 30 quilômetros para Fernandópolis. Já na cidade, ele invadiu armado um posto da Sabesp, local de trabalho de Lemos, de quem foi amigo inseparável durante anos, e o executou com cinco tiros. A vítima ainda tentou correr, mas não resistiu aos ferimentos. As famílias do advogado e do engenheiro conviviam, inclusive aos finais de semana. O crime ocorreu depois que o réu recebeu uma carta anônima que noticiava que sua esposa estaria tendo um relacionamento extraconjugal com o engenheiro. A mulher da vítima também recebeu carta idêntica. Os disparos colocaram em risco também a vida de quatro testemunhas, sendo que uma delas foi atingida e teve lesões corporais.

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