Na última segunda-feira (13), a Luizzi Estofados demitiu 223 trabalhadores.
A empresa informou que, apesar de enfrentar dificuldades por causa da queda nas vendas, manteve o emprego de 870 funcionários. A empresa afirmou ainda que apresentou uma proposta ao sindicato para evitar as demissões: redução da jornada de trabalho e de 20% nos salários, mas ela foi rejeitada pela maioria dos empregados.Disse também que está calculando o valor das rescisões e se esforçando para pagar.
Foram 8 anos trabalhando como tapeceiro. O dinheiro que ganhava ajudava a manter a família e agora sem emprego Osmar Barbosa não sabe o que fazer. “Fiquei meio apavorado, não esperava”, disse.
Na segunda-feira passada,os demitidos fizeram o exame médico. “Minha mulher depende do meu salário, tenho muitas contas para pagar, empréstimo que fiz no banco. Agora só Deus sabe o que vou fazer”, disse o operador de produção Abdias Eustáquio da Silva. O medo é que a empresa não pague tudo o que eles têm direito, por isso o Ministério do Trabalho está acompanhando o caso. O prazo para acertar as contas com os funcionários é de dez dias. “Se a empresa não fizer o pagamento, existe a multa prevista no artigo 477 da CLT que é o valor de um salário nominal para cada empregado”, explicou Fabio Cigagna, chefe da regional do Ministério do Trabalho de Rio Claro.
Uma demissão em massa não acontecia na cidade há mais de 20 anos. A última foi em 1995. Na época, uma fábrica de carros Gurgel fechou e 1 mil trabalhadores foram mandados embora. Agora a situação é ainda mais complicada diante da crise econômica do país. O secretario de Economia e Finanças, Japir Pimentel Porto, disse que esse tipo de situação afeta toda a economia da cidade. “A pessoa que não tem o rendimento deixa de consumir na cidade aquilo que ela consumia normalmente. Com isso, a prefeitura deixa de arrecadar porque todo consumo gera uma arrecadação em termos de taxas e impostos”,