Administração

Bunge acerta compra de usinas do grupo Moema por



A multinacional Bunge anunciou a compra de 100% da Moema Participações, holding que possui uma usina de cana de açúcar em Orindiúva ,além de participação em outras cinco, todas no interior de São Paulo e Minas Gerais. A aquisição vinha sendo negociada desde julho. A transação consistirá na troca de ações: os acionistas da Moemapar receberão cerca de 7,3 milhões de papéis da Bunge. Incluindo a assunção de US$ 480 milhões em dívidas, a operação total está avaliada em US$ 896 milhões, com base no valor de fechamento das ações ontem. O valor exato de ações a serem transferidas dependerá do índice de endividamento líquido e do capital de giro da Moema Par quando o negócio for concretizado. Segundo as informações da Bunge, a capacidade total dessas seis usinas é de processar 15,4 milhões de toneladas por ano. A participação da Moemapar corresponde a 60% dessa capacidade e é essa fatia que passará para as mãos da empresa americana. Entre os principais acionistas da Moemapar estão o empresário Maurílio Biagi Filho e integrantes da família Junqueira Franco. Nas próximas semanas, a multinacional vai tentar adquirir o restante das participações das outras cinco usinas - Vertente, Ouroeste e Guariroba em São Paulo; Frutal e Itapagipe em Minas Gerais -, pelos mesmos termos acertados com os acionistas da Moemapar. Caso consiga, o valor total da troca de ações pode chegar a US$ 1,48 bilhão, com a troca de 13,4 milhões de ações e a assunção de US$ 710 milhões em dívidas. Segundo o comunicado da Bunge, a transação deve ser concluída dentro de 45 dias. " Esta transação se insere na estratégia da Bunge de construir um negócio de larga escala e totalmente integrada nos ramos de açúcar e bioenergia " , disse o presdente da Bunge Limited, Alberto Weisser, em nota. Segundo ele, a aquisição da Moema amplia a escala do grupo, que conseguirá balancear melhor a produção de derivados da cana - como açúcar e etanol -, para aproveitar as condições de mercado. A localização do grupo - na divisa entre São Paulo e Minas Gerais, foi outro ponto de interesse, uma vez que fica próxima de grandes mercados consumidores e possui logística para exportação. A Moema Par controla 100% da unidade Moema, em Orindiúva. Controla também 56% da usina Frutal, 50%, em Ouroeste, 40% da Guariroba, em Pontes Gestal e 43,75% da Itapagipe. BNDES aprovou crédito de R$ 115,3 milhões para Usina em Ouroeste ( A diretoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)Aprovou, em 25 de outubro de 2006, financiamento de R$ 115,3 milhões para a Usina Ouroeste – Açúcar e Álcool, localizada na região de Fernandópolis.Ltda. Os recursos foram destinados à construção da unidade produtora de álcool, comcapacidade para moagem de cana-de-açúcar de até 1,2 milhão de toneladas/ano eplantio de 7,8 mil hectares de cana-de-açúcar, no município de Ouroeste, em São Paulo. O financiamento do Banco corresponde a 76% do orçamento total do projeto,de R$ 151,7 milhões, e será repassado por um consórcio de bancos liderado pelo Itaú BBA. O projeto prevê a geração de 1,7 mil empregos diretos durante a safra, 1,3 mil, em média, na entressafra, e outros mil postos de trabalho indiretos na fase de construção,envolvendo empreiteiras de montagem industrial, serviços auxiliares, refeitório/hotéis e área agrícola. A primeira safra está prevista para maio de 2008. A partir daí,a quantidade de cana processada será aumentada progressivamente, até atingir 1,2 milhão de toneladas na safra 2010/11. A expansão na produção permitirá que aempresa amplie sua participação nos mercados interno e externo.Os investimentos incluem projeto de adequação ambiental e social. Na área de meio ambiente, o objetivo, ao longo de 10 anos, é restaurar cerca de 350 hectares de Áreas de Preservação Permanente, onde serão plantados 630 mil mudas de espécimes de flora regional. O investimento social, orçado em R$ 260 mil e que serão financiados pelo BNDES, refere-se a desenvolvimento de projetos nas comunidades de diversos municípios em sua área de influência, a fim de melhorar as condições de educação,lazer e assistências médica, hospitalar e odontológica. O projeto da Usina Ouroeste prevê a utilização de tecnologia de ponta nas suas diversas áreas. Na agrícola, o uso de colheitadeira de cana-de-açúcar será maximizado, em parte pela exigência da legislação vigente para a queima da palha, e também pela topografia favorável da região. Para viabilização da mecanização da lavoura, serão utilizadas modernas técnicas para a preparação do solo, plantio, cultivo e corte de cana-de-açúcar. Por se tratar de empreendimento agroindustrial, a localização da usina tem fundamental importância na viabilidade do projeto. A região de Ouroeste, dentre todas as várias outras previamente consideradas, foi escolhida porque atendia aos requisitos básicos exigidos, por possuir área agrícola disponível para as atuais necessidades do projeto e para eventuais expansões. A região dispõe de sistema viário em condições de atender às exigências de transporte. A política de investimentos dos sócios está orientada para expansão dentro do próprio setor, com o aumento da capacidade de produção e das participações relativas nos mercados onde atua. É fator determinante para as empresas do setor sucroalcooleiro que as unidades industriais, para serem competitivas e rentáveis, devam ter escalas compatíveis de produção, dado que os produtos gerados, açúcar e álcool, são commodities. A usina Ouroeste foi constituída a partir de uma joint-venture de duas empresas do ramo de açúcar e álcool, Usina Moema Açúcar e Álcool Ltda e Alcoeste Destilaria Fernandópolis S.A.

Mais sobre Administração