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Dória: o pior governador do Estado de São Paulo



A economia brasileira já ia ter um desempenho medíocre em 2020 sem a ajuda de coronavírus nenhum: crescimento de 2% no PIB, e olhe lá, resultado claramente abaixo do que o Brasil precisa, depois de anos e anos atolado na estagnação. Com a epidemia, essas previsões já baixaram para zero e, continuando a desgraça, recuo – em vez de avanço – de 2% no PIB. Agora, com a ofensiva comandada pelo governador de São Paulo, João Doria, para eliminar a atividade econômica no estado, que responde por cerca de 40% do PIB nacional, está se armando uma tempestade-gigante: recessão brava, com diminuição de até 4% na economia brasileira. Nem Lênin, se quisesse destruir o capitalismo no Brasil, viria com uma ideia assim. Para agradar a imprensa, bajular a alta comunidade médica que manda nos hospitais de luxo e parecer sérios aos olhos da população, entraram numa competição entre si para ver quem consegue tomar as medidas mais repressivas contra a epidemia. Estão sendo irresponsáveis e comandando um desastre. Os milhões de brasileiros que têm de recorrer ao SUS para tentarem escapar vivos de alguma doença sabem, muito bem, que não é preciso vírus nenhum sair da China, atravessar o mundo e aparecer aqui para infernizar suas vidas. Sempre foram infernizados todos os dias, do parto ao caixão, por filas nos hospitais, falta de médicos, falta de exames, falta de remédios, falta de data para operações, falta de leitos, falta de medicamentos, falta de tudo. Essas coisas matam muito mais que qualquer vírus. Não há quarentena capaz de proteger o brasileiro delas. Nenhum órgão de comunicação jamais gastou um centésimo do tempo que dedica ao coronavírus para falar dessas misérias. Falam, de tempos em tempos, quando a situação supera algum limite de horror – mas logo se esquecem e não voltam mais ao tema. Você sabe, todos os dias, quantos novos infectados pela epidemia há no Brasil. Sabe quantos mortos houve na véspera. Mas nunca viu alguém publicar o seguinte: “Mais X pessoas morrem na fila do SUS”.

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