Justiça

Fernandopolense “Galã do Tinder” segue preso após Justiça negar revisão criminal



A Justiça de São Paulo negou o pedido de revisão criminal apresentado por Renan Augusto Gomes, de 37 anos, conhecido como o "Galã do Tinder". Ele foi condenado por enganar mulheres que conheceu em aplicativos de relacionamento, causando prejuízos financeiros significativos.  

O primeiro caso  
Em um dos processos, Gomes foi sentenciado a quatro anos e seis meses de prisão por obter R$ 150 mil de uma vítima. Sob o nome falso de Augusto Keller, ele se apresentou como engenheiro da Odebrecht, residente na Avenida Paulista, e alegou que os pais haviam falecido em um acidente de carro.  

Após meses de contato virtual, o encontro aconteceu em um restaurante em São Bernardo do Campo, onde ele pediu a mulher em namoro. Durante o relacionamento, relatou enfrentar dificuldades financeiras e pediu empréstimos, prometendo devolvê-los com juros.  

A desconfiança surgiu quando a vítima solicitou seus dados para indicá-lo como acompanhante em uma cirurgia, mas descobriu que o CPF fornecido era falso. No total, ela disse ter perdido R$ 150 mil. Gomes alegou estar quitando os valores parceladamente e afirmou que o processo foi nulo devido à falta de citação adequada pela Justiça. Contudo, o Tribunal rejeitou o pedido, destacando que não houve irregularidades nos atos processuais.  

O segundo caso  
Renan também solicitou revisão criminal em um processo no qual foi condenado a 15 anos, seis meses e 20 dias de prisão. Nesse caso, o prejuízo totalizou R$ 500 mil. A vítima, que acreditava na intenção do acusado de formar uma família, chegou a contrair empréstimos bancários para ajudá-lo financeiramente. A fraude foi descoberta apenas após sua prisão, amplamente divulgada na mídia.  

No recurso, Gomes argumentou que as conversas de WhatsApp usadas como prova não foram periciadas e que não havia evidências concretas de que ele tivesse recebido os valores. Esse pedido de revisão ainda aguarda julgamento.  

Decisão e contexto  
A relatora do processo, desembargadora Gilda Diodatti, reiterou que os argumentos apresentados pela defesa não comprovaram qualquer irregularidade ou contrariedade à legislação. Gomes permanece preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) II de Guarulhos.  

A revisão criminal é um mecanismo excepcional, cabível apenas em situações específicas, como a descoberta de provas falsas ou novas evidências de inocência. 


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