Cidades

Juiz apura suposta desobediência em transferência de médico



O juiz da 2ª Vara Criminal de Fernandópolis Vinicius Castrequini Bufullin, por meio de um despacho deste mês, quer explicações sobre as acomodações do médico Luiz Henrique Semeghini, condenado por homidicio qualificado ao matar a esposa Simone Maldonado em outubro de 2000. Ele está preso na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba. “Inicialmente, oficie-se à Diretoria da Penitenciária de Tremembé para que, no prazo impreterível de cinco dias, sob pena de instauração de procedimento para apuração do crime de desobediência, informe a data da disponibilização de vaga na instituição para o condenado Luiz Henrique Semeghini, bem como os motivos que o tornam diferente da grande massa carcerária do país para justificar a sua inclusão nesta penitenciária, que é considerada um "hotel cinco estrelas" dentro do sistema penitenciário nacional Ainda, informe a autoridade responsável pela "reserva da vaga" para o condenado, uma vez que, antes da expedição de guia de execução por este Juízo de Condenação, a defesa do condenado informara a "garantia da vaga" em questão. Caso a resposta não venha no prazo retro, sem prejuízo da instauração de procedimento para a apuração de crime de desobediência, expeça-se mandado, devendo o coordenador de Serviço entrar em contato com o Juízo Deprecado para agilizar a vinda da informação”, escreveu o magistrado. O caso - O médico Luiz Henrique Semeghini, de 57 anos, condenado por ter matado a mulher dele, foi transferido na tarde do dia 1º dezembro do ano passado, da cadeia de Santa Fé do Sul para a penitenciária de Tremembé Semeghini foi condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato da mulher, Simone Maldonado, em 15 de outubro de 2000, em Fernandópolis . O médico estava preso desde o dia 22 de novembro, quando se entregou à polícia. Na ocasião, a Justiça tinha determinado a prisão do médico. O médico foi condenado por matar a mulher com sete tiros. O processo contabilizou 12 volumes. O médico chegou a ser julgado e condenado em 2008, mas a sentença foi anulada pelo Tribunal de Justiça, por causa de um erro no texto da condenação. Durante o processo, a defesa do médico chegou a pedir o afastamento do juiz do caso Não conseguiu êxitos nas tentativas. À época, a defesa do médico alega que o juiz Vinícius Bufulin, responsável pelo processo, não foi imparcial. Em outubro de 2015, um júri popular condenou o médico a pena de 16 anos e quatro meses de prisão. A decisão saiu depois de mais de 16 horas de julgamento. Apesar da sentença, Semeghini continuou em liberdade. O júri condenou o médico por homicídio qualificado, sem chance de defesa da vítima, mas o advogado de defesa recorreu da decisão. A Justiça de São Paulo julgou o recurso e expediu nova decisão. Mas na decisão, reduziu a pena para 12 anos de prisão em regime fechado e pediu a prisão imediata de Semeghini. Semeghini matou a mulher às 6h do dia 15 de outubro de 2000 em Fernandópolis. O casal chegava de um baile e teve uma forte discussão no quarto - Simone, na época, queria a separação, o que o médico não aceitava. A mulher já estava deitada na cama quando Semeghini se aproximou dela, colocou um travesseiro sobre seu corpo e fez sete disparos com um revólver calibre 32 - três atingiram o queixo e quatro o estômago da vítima. Simone teve morte instantânea. O crime não teve testemunhas - na mansão, além do casal, só havia a filha mais velha, então com 13 anos, que não ouviu os disparos

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