Justiça

Mãe e padrasto de bebê morta com sinais de violência enfrentam júri em Penápolis



Bebê foi levada morta para o pronto-socorro Penápolis (SP), em 2022 — Foto: Arquivo pessoal

A mãe e o padrasto de Mirella Fernandes, uma bebê de um ano e três meses, estão sendo julgados pelo júri popular em Penápolis (SP) após a criança ter sido levada morta ao pronto-socorro com sinais de violência, em fevereiro de 2022. O julgamento, que teve início na segunda-feira (12), continua nesta terça-feira (13).

Mirella chegou ao pronto-socorro com rigidez cadavérica, hematomas pelo corpo e suspeita de dilaceração anal. O caso despertou grande comoção, levando à denúncia dos réus pelo Ministério Público em maio de 2022. Cristian Gomes da Silva, padrasto da menina, foi acusado de homicídio triplamente qualificado, com agravantes como motivo torpe, motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A pena de Cristian pode ser aumentada devido ao fato de a vítima ser menor de 14 anos.

Jennifer Raphaely Pereira das Neves, mãe de Mirella, foi denunciada por homicídio duplamente qualificado, com acusações de motivo fútil e de não ter impedido a agressão, facilitando assim o crime. Ambos os réus, que tiveram a prisão temporária convertida em preventiva, alegam que a menina morreu após cair de um cercadinho.

Durante o julgamento, iniciado às 9h30 de segunda-feira e interrompido após quase dez horas, os réus foram interrogados e testemunhas prestaram depoimento. A sessão foi retomada na terça-feira com as sustentações orais da acusação e da defesa.

Mãe e padrasto de bebê levada morta para o pronto-socorro com sinais de violência são julgados em Penápolis — Foto: Arquivo pessoal

O caso chamou atenção quando a médica que atendeu Mirella acionou a Polícia Militar, desconfiada da versão apresentada pela mãe. Exames realizados pelo Instituto Médico Legal (IML) confirmaram que a bebê sofreu hemorragia interna aguda, trauma abdominal e laceração no fígado. No entanto, a Polícia Científica de São Paulo descartou a hipótese de violência sexual.

Como consequência do caso, a Prefeitura de Penápolis afastou seis conselheiros tutelares, incluindo dois funcionários, um suplente e três que foram advertidos por escrito. Três deles não receberão salário durante o período, como parte de uma "punição educativa" pela conduta inadequada no atendimento à criança.


Mais sobre Justiça