O Ministério Público, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) - Núcleo São José do Rio Preto, ofereceu denúncia (acusação formal à Justiça) contra seis participantes de uma quadrilha acusada de lavagem de dinheiro.As investigações, iniciadas em 2004, apuraram que Israel Domingues de Oliveira e seu filho Israel Dias de Oliveira, juntamente com outros indivíduos, constituíram uma extensa e complexa rede de tráfico de drogas, especializada na aquisição, transporte, guarda e distribuição, em grande escala, das drogas skank, haxixe, cocaína e ecstasy. A quadrilha adquiria cocaína no Peru, trazia a droga para o Brasil e, a seguir, enviava-a para a Europa, por meio de mulas (pessoas insuspeitas contratadas para levar drogas de um local ao outro), especialmente para países como Holanda, Portugal, Espanha e Alemanha, onde era trocado por ecstasy. Os comprimidos de ecstasy, por sua vez, eram trazidos ao Brasil e comercializados em diversas regiões do Estado de São Paulo, em especial na região de São José do Rio Preto. A quadrilha mantinha um apartamento em São Vicente, litoral paulista, cidade onde, em 2005, policiais militares prenderam em flagrante de Israel Domingues de posse de cerca de 18 mil comprimidos de ecstasy, um pacote com 5,5 kg de cocaína, material para acondicionamento da droga em cápsulas e pranchas de surfe contendo em seu interior pacotes de cocaína. Também foram apreendidos valores em espécie – R$ 1 mil, US$ 500, E$ 500, e um automóvel Fox. No mesmo dia, foi feita a apreensão de 30 gramas de maconha na casa de Israel Dias, filho de Israel Domingues, em Catanduva. Foi apreendido um aparelho telefônico celular em que foram detectadas chamadas para vários países, como Peru, Holanda e Espanha, além de um carro Golf, registrado em nome de seu pai. Nessa mesma época foi preso, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, Marivaldo Ferreira Chaves, com cinco pacotes plásticos escondidos sob as vestes, onde estavam 4.300 comprimidos de ecstasy. Sua comparsa, Maura da Silva Marques Penha, foi presa com uma porção de 15 g de skank, 10 g de haxixe e 30 mil euros. As investigações revelaram que Israel Domingues de Oliveira, seu filho Israel Dias de Oliveira e Maria Aparecida Dias de Oliveira eram líderes e gerentes do bando, responsáveis pelo aliciamento de mulas, enquanto os demais integrantes, inclusive Marivaldo, atuavam na condição de principais colaboradores. Eles tiveram, ainda, a ajuda do advogado Marcello Rodrigues Ferreira que, além de orientar juridicamente os indiciados, prestou auxílio material para a prática do crime de lavagem de dinheiro, registrando em seu nome um apartamento adquirido com o dinheiro do tráfico.
Os promotores de Justiça Paulo Cesar Neuber Deligi, João Santa Terra Junior e Marcos Antônio Lelis Moreira, autores da denúncia, pediram a decretação do sequestro de todos os bens, direitos e valores dos acusados Israel Domingues de Oliveira (também conhecido como Waldemar de Oliveira), Israel Dias de Oliveira, Maria Aparecida Dias de Oliveira, Marivaldo Ferreira Chaves e Simone Dias das Neves e Marcello Rodrigues Ferreira. Todos eles ocultaram e dissimularam a natureza e a propriedade de bens e valores provenientes do tráfico de drogas. Israel Domingues de Oliveira é conhecido na região de São José do Rio Preto como “Barão do Ecstasy” por ser traficante internacional e líder de quadrilha de narcotraficantes, já tendo sido condenado por tráfico de drogas.