Vida Pública

MP-SP afirma que vereadores foram a prostíbulo com dinheiro público



Uma noitada de vereadores do interior paulista em um prostíbulo da capital, bancada pelo dinheiro público. O Ministério Público de São Paulo alega que foi exatamente isso que ocorreu nos dias 27 de junho de 2017 e 13 de junho deste ano com cinco políticos de Iacanga. Os vereadores afirmam ter ido à capital paulista para missão oficial na Assembleia Legislativa. Ao fazerem os 376 quilômetros de volta para Iacanga, apresentaram comprovantes de despesas para que a Câmara os reembolsasse. Um deles era do "Bomboa", que ninguém suspeitou ser mais que um restaurante. Ao analisar as contas, o poder público entendeu que o pedido de reembolso não se encaixava nas situações que a lei exige e pediu que os vereadores detalhassem os gastos por escrito. Neste momento, os políticos tentaram fazer com que o pedido fosse esquecido — e até deram dinheiro pelas despesas. "Esse inusitado comportamento chamou a atenção do sistema de controle interno da Câmara Municipal e justificou uma análise mais atenta da despesa. Foi assim que se descobriu a imoralidade", afirma o MP na denúncia por improbidade administrativa. Os promotores dizem que uma simples busca na internet demonstrou que o local não é apenas um restaurante. Os anúncios sugerem ser um prostíbulo, e os comentários em diversas publicações confirmam isso. "No caso em questão, a imoralidade e ousadia saltam aos olhos. Justamente em viagens oficiais, custeadas pelo erário e supostamente feitas em benefício da população, os requeridos decidiram gastar dinheiro público para a satisfação da lascívia", afirma o MP-SP, que pede que os políticos paguem multa de R$ 20 mil cada. A Promotoria pediu à Assembleia Legislativa informações sobre as atividades dos vereadores de Iacanga durante o período em que eles estiveram na viagem oficial. Segundo o MP, assim que as informações chegarem, os vereadores envolvidos serão chamados para prestar esclarecimentos no fórum da cidade. A Câmara de Vereadores está em recesso e as sessões serão retomadas no próximo dia 15. Segundo a presidente, não está descartada a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar o caso. Procurados , os vereadores Leonel Roma, Dorival Ferreira de Campos Filho, Vagner Rodrigo Crepaldi e Dorival Lupiano de Assis disseram por telefone que ainda não foram notificados pelo Ministério Público e vão se manifestar assim que tomarem ciência dos fatos.

Mais sobre Vida Pública