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Oi abocanha 45 lojas da TIM em SP, mas perde outras áreas



De olho no crescimento de cerca de 15% ao ano da operadora de telefonia móvel Oi, no Estado de São Paulo, a MCS - a maior franqueada TIM na capital paulista -, coloca sob a marca Oi todas as suas 45 lojas a partir deste mês. A Oi, por outro lado, consolida seu crescimento no Estado em detrimento das outras regiões de atuação no País, onde vem apresentado "crescimento negativo", como aponta Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco. A Oi lidera o crescimento no mercado de telefonia móvel de São Paulo, tendo fechado o mês de novembro com 11,5% de market share, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Os dados referentes a novembro são os últimos divulgados pela Agência. Porém, segundo Tude, os dados que devem ser divulgados no próximo dia 20, devem dar conta de uma virada, com a Vivo - que é líder no mercado nacional - assumindo a liderança também no Estado de São Paulo. A justificativa para esta virada, segundo o consultor, é que a operadora apresentou durante o período o menor número de desligamentos (churn, no termo técnico) entre todas as demais concorrentes. "A Oi analisa constantemente alternativas para consolidar sua posição no mercado de São Paulo. A empresa acrescenta que não antecipa suas estratégias de expansão", posicionou-se a Oi em comunicado enviado ontem. Com a mudança no contrato da MCS, ao todo, serão 104 lojas sob a bandeira da Oi, incluindo as que atuam fora do Estado de São Paulo, segundo Luiz Eduardo Teixeira, gerente comercial da MCS. A empresa, que pertence ao grupo Picolli, divide agora com a Picolli Telecom - outra empresa do grupo - a gestão das lojas franqueadas da operadora "de capital 100% nacional", afirma Teixeira. "Serão empresas irmãs dividindo este cliente", completa o executivo. Junto com a mudança de operadora, a MCS ainda ampliou o número de lojas, que até este mês eram 76, segundo Teixeira. "A expectativa é acompanhar o crescimento da Oi no Brasil, que desde outubro de 2008 conquistou 15% de market share no Estado de São Paulo", explica Teixeira, que apesar de questionado não revela o faturamento da rede. "Tudo indica que a tendência de crescimento desta operadora é maior que a das demais", afirma. A MCS, que se torna a maior franqueada da Oi no País, já tinha 25 lojas franqueadas pela operadora na capital paulista, deve completar a operação até "antes do Carnaval", segundo Teixeira. O contrato com a TIM, operadora que pertence ao grupo Telecom Italia, vigorava desde 2003. O executivo da MCS não comenta os motivos da não renovação do contrato, mas afirma que a decisão foi tomada antes da data de vencimento deste, que foi no último dia 2 de janeiro. A Picolli Telecom presta serviços de franquia para a Oi desde outubro de 2008, segundo Teixeira. Eduardo Tude acredita que o crescimento da Oi em São Paulo, que a conquista destas lojas deve gerar, pode preencher uma lacuna no crescimento da operadora gerada pelo baixo prestígio que vem apresentando nas regiões que atua fora de São Paulo - inclusive na região da antiga Brasil Telecom (BrT). A Oi atua na Região 1, sua região de origem; na Região 2, da antiga BrT e na Região 3, que compreende o Estado de São Paulo. "Nas demais regiões a operadora teve alguns problemas de congestionamento", afirma Tude. "A Oi cresceu bastante no primeiro semestre de 2009. A partir do segundo semestre esse crescimento se concentrou em São Paulo." Franquias corporativas Em julho último, a operadora móvel Oi foi acionada na Justiça por 12 de suas 19 franqueadas para negócios corporativos no Estado de São Paulo. A alegação das franqueadas foi de que durante a apresentação do plano de negócios, a operadora teria prometido retorno do investimento de cerca de R$ 1 milhão, em 18 meses, o que não teria acontecido até então. A operadora, em seguida, teria descredenciado ao menos cinco dos 12 franqueados que receorreram à Justiça. Nos últimos seis meses, a TIM perdeu dois de seus maiores franqueados na capital do Estado. Desde setembro, 26 das 40 lojas da franqueadora TVM migraram para a Claro, com o fechamento das demais. Mesmo sem responder a questões específicas, a operadora se posicionou dizendo que "a TIM vem cumprindo as obrigações contratuais com seus parceiros e informa que as revendas são parte fundamental da estratégia de crescimento da companhia". Mercado Os dados da Anatel apontam que a Vivo obteve nos três meses entre setembro e novembro o maior número de adições líquidas de celulares, terminando o mês de novembro com mais de 50 milhões de celulares e 29,6% de market share no País. A TIM, na capital paulista, acaba de perder espaço para a concorrente Oi, ao não ter renovado o contrato com a rede de franquias MCS, que passou a operar com 45 lojas da Oi, líder em São Paulo com 11,5% de share. São 104 lojas da MCS com a bandeira Oi no País - a maior franqueada da operadora. Em setembro último, a TIM perdeu outras 40 lojas da franqueada TVM, das quais 26 migraram para a Claro. O crescimento da Oi paulista esbarra no mal desempenho nas demais regiões e na Vivo, que pode assumir a região este mês.

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