Concursos

Operação QI: promotor ingressa com ação para confiscar bens de empresas



O promotor Leonardo Romanelli, do Gaeco, de Ribeirão Preto, assinou uma ação de sequestro de bens e indenizações materiais dos denunciados em um esquema de fraude em licitações e concursos públicos nas regiões de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP). O objetivo é que o valor seja usado em eventuais indenizações a candidatos prejudicados nesses exames. Segundo a investigação do Ministério Público e da Polícia Civil, um grupo liderado pela vereadora de Pradópolis (SP) Marlene Aparecida Galiaso (PV) fraudou concursos públicos, processos seletivos e licitações em ao menos 31 cidades no interior de São Paulo. Marlene e outros 13 suspeitos permanecem presos preventivamente. Duas mulheres de Fernandópolis estão presas e perderam Habeas Corpus para responder o processo em liberdade. Romanelli afirmou que o esquema movimentou ao menos R$ 2 milhões em contratos, entre 2013 e 2014. Os gabaritos eram adulterados após a realização das provas, para que pessoas indicadas pelas prefeituras ou pela própria vereadora fossem favorecidas. Em alguns casos, integrantes da quadrilha prestavam as provas já sabendo as respostas, com o intuito de obter boa pontuação e figurar entre as primeiras colocações no resultado final. Ao serem convocados, no entanto, os falsos candidatos desistiam. Após a descoberta da fraude, sete prefeituras na região de Rio Preto já cancelaram os contratos com as empresas investigadas. Os concursos também podem ser cancelados e os candidatos prejudicados devem receber o valor referente à taxa de inscrição, além de eventuais indenizações. Na região de Rio Preto, a Prefeitura de Fernandópolis também cancelou o concurso para mais de 470 vagas. A administração pagaria a empresa Persona Capacitação e Assessoria R$ 139 mil. “Descobrimos mais três empresas envolvidas no esquema. Conforme nós vamos tomando contato com os documentos da investigação, mais empresas vão surgindo”, afirmou Romanelli, destacando que cinco suspeitos assinaram um acordo de delação premiada. “Eles confessaram as condutas das quais são acusados e apontaram outras pessoas envolvidas.” De acordo com o promotor, as investigações apontam que dos 14 presos, três eram articuladores das fraudes: a vereadora Marlene, o advogado de Luis Antônio (SP) Fernando Bromonschnskel e a empresária de Fernandópolis Marta Silene Zuin Colassiól. “Tanto a Marlene, como a Marta, como o advogado tinham trânsito entre o setor privado, em várias empresas, não só as deles, mas também tinha contato com outras, como com personagens públicos, políticos, contatos em prefeituras”, explicou. Um empresário e ex-secretário de Finanças de Monte Alto (SP) é considerado foragido. Ao todo, 29 pessoas foram denunciadas por participação no esquema: 14 estão presas e cinco foram liberadas após um acordo de delação premiada.

Mais sobre Concursos