Educação

Primeira colocada em medicina na USP é negra e aluna da rede pública



Bruna Sena, estudante de 17 anos, é primeira colocada em medicinana USP de Ribeirão Preto, carreira mais concorrida da universidade. Negra e estudante da escola pública, ela é grande militante de causas socias como o feminismo, o movimento negro e a liberdade de gênero. A mãe, Dinália Sena, cria a filha sozinha desde os nove meses. Caixa de supermercado, ela sempre afirmou que a educação da menina estava em primeiro lugar, mesmo ganhando 1.400 reais por mês e morando em um conjunto habitacional da periferia de Ribeirão Preto. Exultante com a conquista da filha, ela demonstra apreensão de que o racismo na universidade seja forte. Bruna, no entanto, mostra-se tranquila. Depois de uma vida escolar exemplar, ela conseguiu uma bolsa de estudos no último ano do ensino médio em um cursinho popular administrado por estudantes da USP, onde estuda à noite. Desde pequena, ela conta com a ajuda de familiares e amigos para fazer cursos, como o kumon de matemática. "Quero atender pessoas de baixa renda, que precisam de ajuda, que precisam de alguém para dar a mão e de saúde de qualidade", conta a estudante à Folha de S. Paulo. Bruna é grande defensora das cotas raciais, acredita que sejam extremamente necessárias, mesmo sendo medidas paliativas. "Não há como concorrer de igual para igual quando não se tem oportunidades de vida iguais", explica ela. Bruna vem para mostrar, como diz em seu perfil no Facebook, que "a casa grande surta quando a senzala vira médica" e como a ascensão do negro pode e deve acontecer.

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