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Setor têxtil no Brasil espera criar cerca de 40 mil empregos



setor têxtil e de confecção prevê criar mais de 40 mil empregos formais este ano. “É um número muito importante para o nosso estoque de 1,650 milhão de empregos. A gente acredita que 2010 vai ser muito importante para o setor em produção, geração de emprego e renda”, afirmou nesta segunda-feira (11) o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho. Ele lembrou que foram criados, de janeiro a novembro do ano passado, 34.129 postos formais de trabalho. A estimativa é fechar 2009 com um saldo de 25 mil empregos gerados, que vão se somar ao estoque de vagas da indústria têxtil. A queda em 2009, assinalou, deve-se a questões de sazonalidade, que afetaram o desenvolvimento da área produtiva. Antes disso, o setor já havia sido atingido pela crise econômica internacional. Entre janeiro e novembro de 2008, a cadeia têxtil e de confecção criou cerca de 51.355 empregos. Com as turbulências econômicas mundial, 2008 fechou com uma perda de 29.346 postos de trabalho no segmento. O setor têxtil e de vestuário tem 10,6% de todo o emprego gerado na indústria de transformação, constituindo o sétimo segmento da geração do Produto Interno Bruto (PIB) na indústria de transformação. “Estamos acima de celulose, borracha, minerais. É um setor que gera 10,6% de todo o emprego e representa 4,9% do PIB”, disse Diniz. Somando os segmentos têxtil, de vestuário e de calçados, a participação é de 6,8% na geração de PIB da indústria de transformação e representa 16,47% dos empregos gerados. “Esses três setores estão sob a mira da concorrência internacional. São números bastante representativos, porque a indústria têxtil e de confecção está distribuída por todo o Brasil”, comentou Diniz. Para que esses empregos não sejam, entretanto, desviados para países concorrentes do Brasil, em especial os asiáticos, como Indonésia e China, o presidente da Abit observou que devem ser sanados alguns problemas, inclusive no que respeita à compra governamental de uniformes e fardas militares. “Por enquanto, o setor têxtil brasileiro não está conseguindo fornecer para o Exército brasileiro”. A questão foi levada ao ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Levamos ao ministro essa condição esdrúxula da farda do Exército brasileira ser comprada na China”. Jobim prometeu tomar providências. Diniz enfatizou que “não é admissível que um setor como o têxtil, que tem 10,6% do emprego gerado no país, possa ser tratado dessa forma, permitindo que produtos de países que praticam dumping comercial, cambial, social e ecológico tenham entrado no Brasil de forma totalmente isonômica. A gente quer condições de trabalho para enfrentar esses países que, por todos esses dumpings que fazem, ficam mais competitivos, o que é completamente injusto”. Além do problema do dólar, que depreciado em relação ao real, o presidente da Abit indicou que o Brasil deve resolver outras questões importantes, como as reformas estruturais e a desoneração tributária. “O custo da mão de obra no Brasil é imenso, o problema da segurança jurídica é falho e o problema da infraestrutura é terrível. Há uma série de problemas que, com o dólar baixo, aparecem mais”.

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